Ceará
Quixadá
Foto de 1965 da Pedra da Galinha Choca - Acervo da Família Mamede
A Pedra da Galinha Choca é um dos principais pontos turísticos de Quixadá.
Quixadá é um município localizado na Mesorregião dos Sertões Cearenses. Uma de suas características mais marcantes são formações rochosas, os monólitos, nos mais diversos formatos que "quebram" a aparente monotonia da paisagem sertaneja. É também conhecida por ser a terra de escritores como
Jáder de Carvalho e
Rachel de Queiroz que, apesar de ter nascido em
Fortaleza, a capital do Ceará, possuía uma relação muito forte com a cidade, visitando-a constantemente, quando se hospedava em sua
Fazenda Não Me Deixes, que herdou de seu pai,
Daniel de Queiroz.
Vista parcial do centro com igreja matriz de Quixadá em primeiro plano. Ao fundo é possível visualizar alguns dos monólitos que circundam a cidade
Apenas uma definição é consenso quanto à origem do nome Quixadá. É uma palavra derivada de alguma das línguas indígenas faladas no território cearense antes do descobrimento. Exceto isto, há grandes controvérsias. Em alguns documentos antigos figura como
Queixadá,
Quixedá,
Quixedæ e
Quixadæ. Para
Paulino Nogueira, em seu livro
Vocabulário Indígena em Uso na Província do Ceará (1887), presume que o nome vem da tribo
Tapuia dos Quixaras, também conhecida como Quixadás. Segundo
Carl von Martius, é derivada de
Quixeurá, que significa
"Oh! Eu sou o Senhor", Qui = oh, Xé = eu e Uará = senhor, tendo-se corrompido em Quixadá.
Antigo casarão nas imediações do Açúde do Cedro - Foto de Alex Uchôa
Para
Teodoro Sampaio, em seu livro
O Tupi na Geografia Nacional, disse que a palavra pertence a língua cariri e que, por não haver qualquer registros, não é possível afirmar significado exato.
Thomaz Pompeu Sobrinho atribuiu, em princípio, a esse topônimo a origem tupicomo Quichaitá, com a seguinte interpretação: Qui = ponta, Chai = gancho ou torcida e Ita = pedra, donde se conclui:
pedra da ponta encurvada ou torcida. Essa interpretação estão relacionadas à paisagem quixadaense onde existem pedras singulares como por exemplo, a "
Galinha Choca", conhecida anteriormente como "
Bico de Arara", além disso, segundo o autor, também pode ser a corruptela da palavra queixada ou quintal de rocha.
Eusébio de Sousa também diz ser o vocábulo de origem
tupi-guarani que significa pedra da ponta curvada. Os antigos habitantes falavam em
Curral de Pedra, haja vista a localização da cidade que de fato, está cercada de pedras.
Açude do Cedro e a "Pedra da Galinha Choca"; dois dos principais pontos turísticos de Quixadá
Originalmente, a região foi habitada pelos índios
Kanindé e
Jenipapo pertencentes ao grupo dos
Tapuias, resistindo à invasão portuguesa no início do século XVII, sendo "pacificados" em 1705, quando
Manuel Gomes de Oliveira e
André Moreira Barros ocuparam as terras quixadaenses. Estes grupos indígenas resistiram até 1760, pois os conflitos entre índios e colonos, ocasinados pelo desenvolvimento da pecuária desde 1705, praticamete extinguiram essas tribos.
Chalé da pedra¹ - Fotos Alex Uchôa
A colonização da área compreendida atualmente pelo município de Quixadá ocorreu através da penetração pelo
rio Jaguaribe, seguindo seu afluente o
rio Banabuiú e depois o
rio Sitiá, cujo objetivo principal era a conquista de terras para a pecuária de corte e leiteira.
A primeira escritura pública da região foi a do Mosteiro Beneditino, hoje
Casa de Repouso São José, na
Serra do Estêvão, onde hoje é o distrito de
Dom Maurício, em 1641.
Manuel da Silva Lima, alegando ter descoberto dois olhos d'água, obteve uma sesmaria. Essas terras, inicialmente de
Carlos Azevedo, eram o "
Sítio Quixedá"adquirido por compra conforme escritura de 18 de dezembro de 1728.
Em seguida, a propriedade foi vendida a
José de Barros Ferreira em 1747 por duzentos e cinquenta mil réis. Oito anos depois,
José de Barros, construiu casas de morada, capela e curral, lançando assim as bases da atual cidade de Quixadá, sendo considerado, portanto, o legítimo fundador da cidade. A fazenda prosperou e se transformou em distrito do município de
Quixeramobim.
Pedra do Cruzeiro - Foto do site O melhor de Quixadá
A partir do século XIX, com a instalação da estrada de ferro que ligava o
Cariri à Fortaleza ocorreu forte urbanização do município. Esta também foi fortemente influenciada pela produção de algodão exportado para a
Inglaterra, que nesta época vivia a
Revolução Industrial. A Freguesia de Quixadá foi criada pela Lei provincial n.° 1.305, de 5 de novembro de 1869. Em de 27 de outubro de 1870 a Lei provincial n.° 1.347 criou o
Município de Quixadá desmembrando-o de
Quixeramobim e sendo elevado à categoria de vila.
Com o projeto e a construção do
Açude do Cedro, a vila passa a receber ainda mais imigrantes vindo de diversas regiões (estimados em 30.000), além disso diversas estradas foram construídas. Este processo acelera a urbanização, fazendo com que em 17 de agosto de 1889 a vila recebesse foros de cidade pela Lei provincial n.º 2.166.
Deste sua emancipação até hoje, teve cinqüenta e três governos municipais, sendo o fazendeiro
Laurentino Belmonte de Queiroz, o primeiro prefeito no período de 1871 a 1873.
¹ O
Chalé da Pedra é uma construção localizada no centro da cidade de Quixadá datada da década de 1920 que tem como uma de seus principais atrativos, o fato de estar sobre um monolito.
Foi construído por
Fausto Cândido de Alencar (um industrial) na época situado no centro de uma lagoa. A planta foi copiada de uma construção existente ao fim da parede do Cedro, planejada e edificada por
Dr. Revy, o engenheiro inglês que iniciou a construção daquele açude. Serviu de residência aos familiares de Fausto Cândido e nele funcionou a
Loja Maçônica de Quixadá, uma vez que seu proprietário pertencia a esta.
Atualmente, é circulado pela
Praça da Cultura e vizinho ao
Centro Cultural Rachel de Queiroz, sede da
Fundação Cultural. A Loja Maçônica funcionou no Chalé da Pedra secretamente, pois na época a Maçonaria foi proibida pelo regime de
Getúlio Vargas. Fausto Cândido de Alencar demorou algum tempo para ir morar no Chalé, pois durante a sua construção houve um acidente com um pedreiro que veio a falecer, ele também é responsável por diversas construções em Quixadá, uma de suas construções na
rua Rodrigues Júnior, nas proximidades da
Praça Coronel Nanan leva o seu nome e a data de 1901.
Foto do blog Roteiro Planejado
Fonte: Wikipédia
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