Fernando da Gata - Terror de Russas
Ceará

Fernando da Gata - Terror de Russas




Assim como Lampião, outro sujeito periclitante, menos famoso, mas igualmente elevado a mito foi o bandido Fernando Soares Pereira, o ?Fernando da Gata?, que aterrorizou em Russas, no Vale do Jaguaribe. Nos anos 1960-70, seguiu para São Paulo, onde trabalhou como pedreiro, mas fez assaltos, roubos e estuprou mulheres jovens.

Limoeiro do Norte. A fé não costumava falhar para um bandido tão ligeiro quanto gato. Agia mais pela esperteza que pela truculência. Desonrou moça de família, roubou, assaltou na região jaguaribana, e dizia que a Polícia não ficava com ele na cadeia por duas noites. É Fernando Soares Pereira, o ?Fernando da Gata?, que virou notícia nacional. O homem era caçado pelos quatro cantos da cidade. Quando ainda estava em Russas, os boatos eram de que Fernando da Gata nunca ficava preso. Até ia, levado pela Polícia, mas como num passe de mágica sumia. A história é repassada em Russas para as novas gerações: quando ia preso, Fernando da Gata fazia uma oração, juntava as mãos ou algo parecido, e desaparecia, para indignação da Polícia.

Para fazê-lo se render, policiais prendiam a mãe ou a esposa do meliante, que se entregava na cadeia, onde, conta-se, não passava um dia enjaulado. Quando era preso virava atração pública. A Polícia o exibia na sacada do prédio onde funcionava a cadeia pública e hoje é o Batalhão de Polícia Militar. A multidão se juntava na frente do prédio, para conferir se ele realmente estava preso.

Batalhão Militar de Russas onde Fernando da Gata era exibido da sacada à população - Foto de Ricardo Torres

Fernando da Gata foi baleado por policiais em Santa Rita do Sapucaí (MG). O corpo foi trazido de avião para Fortaleza e recebido por diversos curiosos, sendo sepultado em Russas ? ainda hoje o túmulo é visitado por curiosos. O seu sepultamento foi noticiado pela televisão e acompanhado pela Rádio Progresso de Russas, que anunciava as caravanas em paus-de-arara para assistir ao seu sepultamento. Pessoas dormiram no portão do cemitério para ver o seu enterro. Os boatos do sumiço de Fernando da Gata foram além de sua morte. Ainda hoje comenta-se que ele esteja vivo, e até teria voltado para a cidade natal jaguaribana.

O ator José Dumont viveu Fernando da Gata na minissérie

Outros dizem que o sumiço, mediante orações e ?palavras mágicas? revelavam seu traço sobrenatural. Homem de fé e poder, segundo legitimado não pela ciência, mas pelo dito e não-dito popular. A história de Fernando da Gata, o jovem que, aos 21 anos, usava nome falso para entrar nas mansões e roubar objetos valiosos e atacar as moças bonitas, foi narrada na teledramaturgia, numa minissérie da TV Globo que levava seu nome e tinha, no papel do bandido, o ator José Dumont. Escrita pelo então diretor do Globo Repórter, Fernando Pacheco, foi exibida em fevereiro de 1983.



A Verdadeira história do bandido

Russas nunca gerou um individuo de mais alto grau de quociente de inteligência e imaginação excessivamente projetadas pelo seu próprio idealismo criminoso, como Chagas da Gata e Fátima Paz, ao tornarem vulto, o famoso bandido Fernando da Gata, Francisco Soares Pereira. Menino pobre, bonito, inteligente, esperto, rápido, educado, diferente dos outros, cresceu na infância, calmo, sem traumas, maus-tratos e violência, no desejo de ser cantor sem pensar em ser bandido. Mas, o seu maior sonho era ser soldado do exército. Por conta desse sonho, aos 13 anos de idade, partiu para Fortaleza e trabalhou com o seu tio. Estudou e terminou o ginasial, mesmo no ofício de encanador. Aos 17 anos, partiu para São Paulo, trabalhou e conheceu aquela imensidade. Quando veio o recrutamento voltou para Russas e convocado para servir o Tiro de Guerra, raspou logo a cabeça como soldado, e ao se apresentar com cabelo de militar, fizeram uma investigação e ele foi preso. Prisão essa que findou o sonho de ser sargento do exército e começou o seu tormento. Fernando da Gata só tinha na sua ficha policial um crime de furto com a sua primeira prisão no distrito de Redenção, quando fora autuado em flagrante delito. Mas, para distanciar do fantasma de menino pobre, Fernando, com aplicação em tudo que fazia, sua ambição era ganhar muito dinheiro para tirar a sua mãe da pobreza. Por conta dessa extrema generosidade, na pretensão de ser militar, conseguiu uma farda e se passando por sargento do exército, em Russas, pegou mais um apelido, o de sargento. Embora considerado o mais célebre dos estupradores, Fernando da Gata foi um bandido romântico, escrevia cartas para a mãe e mandava flores para a namorada, a desaprovar qualquer negação de Deus, com a oração de São Francisco do Canindé que lhe dava sorte e protegia a vida. Com as cem mulheres estupradas com um sorriso no rosto, nem mesmo no disfarce da face do mal, e no pesadelo dos ataques, nunca demonstrou ódio do terror e do espanto como prática de assassinos tenebrosos que estupram e matam por prazer. Desconhecia as crueldades dos bizarro, loucos, cruéis e assustadores monstros que desfilaram mundo afora nas galerias dos serial Killers. Como os que matam quem mais ama, que planejam fantasias sexuais, estupram, torturam, estrangulam e retalham as suas vítimas. A imprensa simplesmente escrupulosamente sobre o perigoso bandido dava notícias de análises e impactos de crimes absurdos e violentos, de forma atroz e odiosa a pintar como Michelangelo, as terríveis cenas do inferno com as façanhas e a famigerada alcunha de Fernando da Gata, muito embora que esse apelido infernal e duvidoso, terrivelmente bizarro de Fernando da Gata, tenha surgido por uma extrema brutalidade, de quando criança, perante ao comandante do quartel de Russas, ao fulminar friamente uma gata ao jogá-la na parede. A outra pelo estigma do destino de que como um fantasma o desgraçado corria por cima dos muros e dos telhados com agilidade dos felinos. E a última, particularmente, por o seu genitor chamar-se Chagas da Gata. E a sua avó conhecida como a velha gata. Para quem era considerado como um bandido perigoso, nunca cometeu nenhum crime violento, homicídio ou assalto a mão armada, mas deixou o país perplexo com os furtos e os estupros.  Um dos caso de maior repercussão na trajetória do maníaco, foi quando em Minas Gerais, o empresário Jair Siqueira, atirou e matou sua filha adolescente, pensando ser o estuprador Fernando da Gata, que invadira a sua residência. Com as histórias de que Fernando da Gata estuprou mais de cem mulheres, o que renegou a sua própria mãe: ?100 mulheres estupradas, essa história está errada, meu filho estuprava moça.? Embora que Fernando da Gata tenha estuprado somente moça. Nunca se ouviu dizer que ele tivesse drogado, espancado ou assassinado uma delas. Nem cometido crime de rapto, corrupção de menores ou lesão corporal. Pois por muitos policiais e pelas próprias mulheres estupradas, todos afirmaram que ele era um rapaz, calmo, educado, meigo e muito afável, embora considerado um dos maiores criminosos de todos os tempos. E de tanto vivificarem o bandido, fizeram samba enredo, filme, poesia, literatura de cordel, embora temido, para muitos tornou-se querido até pela polícia que dele tinha medo. Fernando da Gata não nasceu em nenhum mundo-cão, nem fora a besta humana que pintaram, não teve parceiro, nunca usou arma, droga e nem álcool, nem apresentava distúrbio psíquico. Apenas no triunfalismo dos mistérios e invocações demoníacas, Fernando da Gata, sabia ler o destino nos olhos dos gatos, ao ponto de se tornar invisível diante dos policiais e dos cães que quando o farejam voltavam espavoridos.  Assim como o homem tentou descobrir o elixir da eterna juventude e o segredo da invisibilidade, Fernando da Gata considerado um dos bandidos mais astucioso e inteligente que esse país conheceu, no uso da extrema manifestação sobrenatural desaparecia diante dos olhos da polícia sem deixar  rastro. Assim como furou vários cercos policial, no Ceará, São Paulo e Minas Gerais. Assim, como nas inúmeras perseguições, com helicóptero, cães treinados e centenas de policiais experientes. Principalmente com a fuga cinematográfica da cadeia de Mosoró, pondo fogo no teto do xadrez e com o grampo de cabelo de sua namorada abriu o cadeado da cela, fugiu e nunca mais foi preso. Ele entrava nas casas, pedia para a mulher fazer comida, descansava, estuprava e depois ligava para a policia e sumia. Era um facínora de malícia, orgulhoso e astuto. Ameaçava juiz e delegado, telefonava, mandava bilhete e recado que ia estuprar, escalava o muro e invadia as casas com maior tranqüilidade deixando o General Assis Bezerra desmoralizado. Fernando da Gata, Francisco Soares Pereira, morto pela polícia mineira foi enterrado quatro vezes, a última no cemitério de Russas.

Airton Maranhão



Fonte: Diário do Nordeste, Tv Russas




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